19 de Setembro, 2024

TSE Cancela Envio de Observadores para Eleição na Venezuela após Declarações Falsas de Maduro sobre Urnas Brasileiras

Na noite desta terça (23), Maduro respondeu, sem citar Lula, dizendo que quem estiver assustado “deve tomar chá de camomila”

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quarta-feira (24) não enviar observadores para a eleição presidencial da Venezuela, marcada para o fim de semana.

A decisão foi motivada por declarações falsas do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, contra o sistema eleitoral brasileiro. Maduro, que busca a reeleição, afirmou que as urnas eletrônicas brasileiras são falhas, o que foi refutado pelo TSE, que assegurou a auditabilidade e segurança do sistema.

“Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo”, afirmou o TSE em nota.

Anteriormente, o tribunal havia planejado enviar observadores, mas a medida foi cancelada. A ausência dos técnicos brasileiros é uma mensagem do tribunal indicando a rejeição à participação no processo eleitoral venezuelano, mesmo que apenas como observador.

Maduro sugere “chá de camomila” a Lula

Nicolás Maduro, sucessor político do ex-presidente Hugo Chávez, venceu duas eleições na Venezuela: uma em 2013, após a morte de Chávez, e outra em 2019. Ambas foram marcadas por alegações de falta de transparência e respeito aos princípios democráticos por parte da oposição local e de entidades internacionais.

A eleição deste ano também está sob suspeita de repetição dos mesmos problemas. Maduro, que controla a comissão eleitoral, impediu duas rivais de participar com justificativas questionáveis. Além disso, opositores relatam intimidações durante a campanha e manipulação da mídia.

Nos últimos dias, Maduro intensificou suas críticas à eleição presidencial, incluindo ataques ao Brasil. No fim da semana passada, ele afirmou que, se não ganhar a eleição, haverá um “banho de sangue” na Venezuela.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que no ano passado tentou reintegrar Maduro ao continente, declarou estar “assustado” com a ameaça de “banho de sangue”.

Na noite desta terça (23), Maduro respondeu, sem citar Lula, dizendo que quem estiver assustado “deve tomar chá de camomila”. A resposta chama atenção, pois ele costumava ser aliado de Lula.

Maduro também atacou o sistema eleitoral brasileiro, sem provas e de forma enganosa.

O TSE reafirmou a total segurança das urnas e lembrou que elas são auditadas regularmente.

“São auditáveis e auditadas permanentemente, são seguras, como se mostra historicamente. Nunca se conseguiu demonstrar qualquer equívoco ou instabilidade em seu funcionamento. Na democracia brasileira, o voto do eleitor é livre e garantido democraticamente por um processo transparente, de lisura e excelência comprovada, o que assegura a confiança do brasileiro no sistema adotado”, afirmou o TSE.

Além disso, a comunidade internacional, incluindo organizações como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia (UE), tem reiteradamente elogiado o sistema eleitoral brasileiro pela sua robustez e confiabilidade, contrastando com as frequentes críticas ao processo eleitoral venezuelano, que tem sido acusado de falta de transparência e de práticas antidemocráticas.